quarta-feira, 24 de outubro de 2012

pô, Drummond!




Nem mais-tarde, nem outro dia: eu quero poesia.

Olha que hoje vai ter muito o que dizer. First things first: desculpaê. Digo, alguém estava precisando de um break de blogue, né? A bem da verdade, não tenho certeza se há alguém neste momento lendo minhas desculpas – acho que posso me desculpar comigo mesmo, entonces. Foi mal, foi mal, life isn’t as sweet as it used to be.

Comecei a postagem assim, tão afirmativamente, tão definitivamente, porque ultimamente tenho me deparado com um bocado de manuais. E ‘manuais’ para além daqueles que você esquece no fundo da caixa do microondas (hífen ou nem?). Talvez seja o mal do curso de letras pra quem tem pavor a regras: se deparar com pessoas preocupadas em rotular. Longe de mim querer menosprezar toda a teoria literária, eu nem poderia, só fico meio desesperado com tanto ‘assim é’, ‘assim não é’. Uma vez que não sou teórico (vixi!), mas me apetece o escrever, só poderia mesmo me meter a questionar quem também, como eu, é dado a um palavreado. Sobrou pra tu, Drummond.

Ah, e by the way, longe de mim me meter a questionar Drummond. Pia mesmo! Eu, pequenininho, de letras minúsculas, me arvorar a desdizê-lo. Nam, nam. Se fosse pra desdizer alguém, eu o faria com o pessoal do caixabaixa. Mas é que Drummond me pegou num momento ruim: foi inventar de se mostrar manual (saque só o rapaz) justamente quando eu precisava do oposto. E vamos combinar: me pedir pra não escrever sobre o amor? Aqui tem uma série só sobre a quê ele serve. Quem (quem?) por acaso se aventurou a ler por aqui o que andei sangrando sabe que ele muito me agrada – tanto é que, vez em quando, ouso fazer dele referências (tipo aqui ou aqui). Já que eu não posso nem quero cutucar o minerin, deixei pro poema. Ele certamente fica maior do que isso com o tempo, segue só o exercício pra que se registre que nem o blog, nem minha poesia nem eu morremos – e EI tem um negócio ali embaixo da postagem chamado ‘menarca’. Clica lá pra ver o que acontece!




acordei e escrevi assim:
‘teu afeto

é tal com’água que
lava o meu corpo, que
mata a minha sede, mas
que também me afoga,
me garrafa,
me naufrágio.’
(ainda não é poesia, calma)








E, in case it has not been clear, reforço: Aqui não há ranço com o mineiro. Nunca!, meu problema é com aqueles que o legitimam de maneira tal que só e somente a ele o fazem. Há, por cá, uma maneira no mínimo triste de ler a poesia/prosa brasileira através d'uma ótica teórica nublada que acaba, por fim, a privilegiar determinados autores. Drummond é um; Machado é outro. É só meu jeitinho de dizer: caras, olhem para os lados.