domingo, 20 de novembro de 2011

muito romântico #2

‘tão bom morrer de amor e continuar a viver’
[Mário Quintana]


uns pés, uns mãos, uns cabeça, uns só coração
                Postagem boa, essa, de se redigir! Ontem a noite, no Teatro Santa Roza, a BandaUns fez o show de encerramento da Mostra Estadual de Teatro e Dança. Foi um momento muito belo e especial, repleto de som, poesia e Caê J



Fotos: Pedro Rossi

               


Antes de cantar ‘Não Identificado’, levei ao mundo o texto abaixo, escrito especialmente para a situação. Espero que gostem!



Se você estivesse aqui, hoje, sentado ao meu lado, eu confessaria na frente de toda essa gente a pior das minhas verdades: nunca me canso de poemas de amor. Você gargalharia alto. Você sempre gargalha alto. Entre sorrisos, me perguntaria porque nunca me canso dos poemas de amor. O amor, você diz, é por si só exaustivo, não precisa que a literatura lhe pise nos ombros. Eu desviaria o olhar por um momento ao fundo da platéia. Depois te encararia e diria: acontece que, para amar, são necessárias duas coisas. A primeira delas é a incerteza. Sem a incerteza, não haveria saudade. Sem saudade, não haveria música. E qual o sentido do amor sem a música? Falo da incerteza que ataca a todos, ao menos uma vez na vida, lá pelas três da manhã. A incerteza do homem de negócios, do vendedor de peixes, do estudante secundarista, da dona de casa, do apresentador de TV. É a incerteza impressa nas canções de Roberto Carlos que a sua vizinha insiste em cantar todo domingo de manhã. A incerteza do sentimento do outro. A segunda delas é a beleza. Ah, a beleza. Não aquela beleza greco-romana, aquela beleza olhai-os-lírios-do-campo, essa beleza não interessa a quase nenhum sentimento. Também não é aquela beleza engarrafada de prateleira de supermercado, a beleza de 1,99 também os interessa pouco. Me refiro a uma beleza mais pé descalço, uma beleza mais cabelo assanhado, mais Gal Costa, mesmo. A beleza vem dar molde ao que não tem nome no amor pelo outro. Por isso que um casal é quase-sempre formado por duas pessoas: numa delas sempre reside uma carga maior de incerteza e na outra uma carga maior de beleza. Não existe o amor perfeito. Não existe em pessoa alguma carga equilibrada de incerteza e beleza. O único ser vivo capaz de segurar essas duas grandes forças é o poema. Assim sendo, meu amor, como eu poderia me cansar deles? Você, nesse momento, seria só espanto. Só olhos arregalados. Depois de respirar profundamente, me indagaria, num misto de pergunta e afirmação: isso aí que você acabou de me dizer, isso aí é um poema de amor. Eu, igualmente surpreso, diria: É? Talvez. Não sei. Acabei de fazer.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

abraços, rimas, passos

‘imerso na melodia cósmica, eu danço a canção do silêncio’
[Bernhard Wosien, em ‘A Canção do Bailarino’]























Mais e mais aqui :)